terça-feira, 17 de junho de 2008

17 de junho: histórico parte 2...

17 de junho.

Creio que vocês já sabem que minha esposa é arquiteta. E, para uma pessoa meio avessa a grandes transtornos como eu, o fato da minha cônjuge trabalhar com obras pode ser meio complicado as vezes ( e existe gente que gosta de transtornos ou imprevistos?). Mas se não bastasse, ela ainda é maníaca por organização. Tá bom, é exagero: digamos que a mulher que eu decidi compartilhar minha vida tem uma preocupação, um tanto quanto diferenciada, pelo ordenamento das coisas. Na verdade, organizar de todas as coisas imagináveis dentro e fora de uma casa é quase que uma razão para a sua existência.
Com o tempo, admito, aprendi a lidar com os anseios da minha esposa quanto a organização. O nosso primeiro imóvel, por exemplo, foi uma prova de fogo para a nossa paciência (ou só da minha?). Depois de meses para fecharmos negócio, que convenhamos, comprar um apartamento não é como comprar tomates, minha querida esposa passou alguns meses trabalhando planta do apartamento, nos mínimos detalhes. Ah, sim: o imóvel em questão contabilizava menos de 57 m2.
Bem, como eu ia dizendo, iremos começar a fase dois: a reforma... com uma esposa dessas, já imagino os tipos de complicações que poderemos ter - ou não. O excesso de organização e zelo são necessários em uma reforma, sem dúvida alguma; afinal de contas alguém vai morar na casa reformada, e não precisa ser necessariamente a minha família para que seja preciso o mínimo de cuidado na obra.
Esta consideração parece meio óbvia para algumas pessoas, mas não é tão simples assim. Temos um casal de amigos ( depois que a gente casa, pipocam 'casais de amigos' ...) que na reforma da casa contrataram uma arquiteta para 'tocar a obra' que, no fim das contas, por falta de atenção aos detalhes, quase tiveram a cerâmica da cozinha colocada no banheiro. Isto é sério e, infelizmente acontece.
É claro que os detalhes são muito chatos para os leigos em uma reforma. Mas uma coisa fora do lugar, depois da casa pronta deixa qualquer um louco. Certa vez, visitamos um outro 'casal de amigos' que havia acabado de reformar. A esposa, mostrando a casa, mostrou-nos a suíte principal, e mostrou o box irada: ' vocês estão vendo?' apontando para as torneiras de uma marca conhecida. Eu e a minha mulher não vimos nada de mais. Na verdade, vimos somente os tais registros na parede. Aí, a nossa amiga contou: na parede da cabine, havia muitas torneiras. Não uma ou duas, mas algo como uns seis ou oito registros. Depois desta constatação, nossa anfitriã suspirou. ' simplesmente não consigo tomar banho nesta suíte, quando lembro destas torneiras'. E eu vou falar que ela está errada? Sim, senhores, detalhes são importantes.
Eu mesmo gostaria de simplesmente comprar um imóvel já pronto para morar, mobiliado, com todos os acessórios e só elogios; mas não é tão simples assim. E ponto final: vamos gastar, pelo menos, dois meses reformando o nosso novo lar.
( cá entre nós: o meu cunhado conseguiu um apê do jeito que eu falei aí atrás. Mas este tipo da coisa só acontece uma vez na vida, e literalmente, outra na morte. Ou vocês já viram algum defunto reclamar de caixão?).

Um comentário:

Carmen Lustosa disse...

ôoo piadinha infame!!!
Na verdade eu nunca vi defunto reclamar do caixão, mas eu já li o Poe, e parece que um caixão despreparado para imprevistos pode ser muuuuito mais incômodo...